Junta de Freguesia de Guardão Junta de Freguesia de Guardão

História

Freguesia do concelho de Tondela e do distrito de Viseu, possui uma área de 18.700 km2, tendo como freguesias limítrofes a União de Freguesias de Barreiro de Besteiros e Tourigo, Castelões, Campo de Besteiros, Santiago de Besteiros, União de Freguesias de São João do Monte e Mosteirinho e União de Freguesias de Caparrosa e Silvares, pertencentes ao mesmo concelho, União de Freguesias de Varzielas e Arca, do concelho de Oliveira de Frades e Alcofra, do concelho de Vouzela.



Enquadrada pela Serra do Caramulo, dista cerca de 20 km da sede concelhia e abrange as seguintes povoações: Cadraço, Carvalhinho, Caselho, Ceidão, Guardão de Cima, Guardão de Baixo, Janardo, Jueus, Laceiras, Caramulo, Pedrógão.



A antiguidade da povoação, anterior à fundação da Nacionalidade Portuguesa, é comprovada pelo Castro de São Bartolomeu, situado num cabeço a 631 metros de altitude, onde se encontram inúmeros vestígios de outras épocas, como cerâmicas ou moedas medievais, cuja origem se desconhece, mas que facilmente se poderá ligar à existência de uma feira na região, desde o período de formação de Portugal.

Um outro vestígio da ocupação romana é um troço de via, com cerca de 3,50 metros de largura, que continua a ser uma rua da povoação e está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Em 1207, a pedido de Egas Niger e outros povoadores, D. Sancho I concedeu, por cinquenta morabitinos, carta de foro e de povoação a Guardão, cujos limites eram semelhantes aos da actual freguesia: da Portela das Várzeas pelo Padrão da Messe ao Caramulo de Alcoba, daí ao Carvalhinho, onde está o canto entre o Figueiral e Janardo, até à Pedra do Bolo, donde por Misarela iria ter de novo ao Padrão da Messe.

Afirmava-se, no foral, que o mordomo do rei só podia intervir em três pleitos-furto, rouço e homicídio; o cargo de mordomo ou serviçal não seria obrigatório para os habitantes; estes não estavam obrigados a dar pousada ao rico homem e só teriam de ir a apelido ou chamada na presença do rei; os homens bons tinham jurisdição sobre as questões entre o fisco e os habitantes e nos demais litígios; o concelho estava autorizado a aplicar as leis e regulamentos locais, podendo os moradores alienar a sua herdade e o seu casal, desde que o novo possuidor pagasse o foro.

Das Inquirições de Afonso III, resulta que Randulfo Pelágio recebeu o Guardão em prestimónio de D. Sancho I e, posteriormente, D. Afonso II doou-o ao mestre Amberto. Após a morte do rei, Amberto declarou que a terra lhe tinha sido doada e, por isso, tinha legitimidade para vendê-la, o que veio a acontecer, a Ferdinandus Johannis, tenente de Besteiros, o qual povoou, em senhorio do rei, Caselho e Jueus.

Nos finais do século XIV, Guardão pertencia a João Fernandes Pacheco, mas, em virtude da sua adesão ao partido castelhano, as terras reverteram a favor da Coroa Portuguesa. D. João I doou-as, a 6 de Abril de 1398, a Gonçalo Lourenço de Gomide, bisavô do Vice-Rei da Índia, Afonso de Albuquerque.

Mas a 21 de Outubro de 1446, Gonçalo Lourenço e Enes Leitoa, sua esposa, venderam ao rei o Couto de Guardão “pelo preço de mil quinhentos dobras de ouro, com sua jurisdiçam, com todas as suas entradas e saydas e direitos e pertenças, foros e geiras e padroado da ygreja”.

Posteriormente, D. João I fez nova doação do Couto, agora a seu filho, o Infante D. Henrique, primeiro Duque de Viseu que, por sua vez, o cedeu por doação a Pedro Gonçalves Currutelo, escudeiro de sua casa e a sua mulher, D. Branca de Sousa. Passaram, depois, para os Castelo Branco, de Leiria. Até que integraram a vasta doação feita por D. João II, em 29 de Maio de 1489, a seu cunhado, duque de Beja e futuro rei de Portugal, D. Manuel I, que veio a atribuir novo foral, a 10 de Fevereiro de 1514.

Com a reforma administrativa de 1836, passou a integrar o concelho de Tondela.

Na década de 1920, no Caramulo, edificada foi aquela que terá sido a maior e mais importante estância sanatorial de luta contra a tuberculose, da Península Ibérica e Europa, contribuindo para o desenvolvimento da região. De uma forma pouco vulgar para a altura, foram construídas infra-estruturas para lhe dar apoio, algumas delas ainda em funcionamento, como é o caso da ETAR, a segunda construída no país. Com o desenvolvimento da medicina e de novas formas de combate aquele flagelo, a estância entra em declínio e os antigos sanatórios vão fechando portas... ficam alguns como casa de habitação e lares. um é transformado em hotel. 

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